quarta-feira, 20 de março de 2013

ENSINO MÉDIO BRASILEIRO ERA RUIM. E ESTÁ PIOR.



Só um em cada dez alunos encerra ciclo sabendo o que deveria em matemática - número inferior ao medido em 2009. Em português, a situação também não é boa, revela relatório da ONG Todos Pela Educação

Fonte: Veja.com



O ensino médio reúne atualmente alguns dos piores indicadores da educação brasileira. É nessa etapa da educação básica que se concentram as maiores taxas de abandono escolar e também as notas mais baixas no Ideb, índice que mede a qualidade de nossas escolas. E o pior: a situação não está melhorando, como comprova relatório divulgado nesta quarta-feira pela ONG Todos Pela Educação. Os dados, compilados a partir de resultados de 2011 do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e da Prova Brasil, revelam que apenas 10,3% dos alunos brasileiros terminam o ensino médio sabendo o que deveriam em matemática – ou seja, quase 90% dos alunos não aprendem o esperado.

É um retrocesso em relação à medição anterior, realiza em 2009, quando 11% dos estudantes do 3º ano sabiam o esperado na disciplina. Em 2003, esse índice era de 12,8%. Os resultados ficaram abaixo da meta estabelecida pela ONG para o ano de 2011 e colocam em xeque o objetivo traçado para 2022, ano do bicentenário da Independência: ao menos 70% dos estudantes com conhecimentos adequados a seu estágio escolar.

Em língua portuguesa, não houve retrocesso em relação 2009. Contudo, praticamente não houve avanços, e a cifra ficou longe da meta. Em 2009, 28,9% dos estudantes demonstraram dominar os conteúdos esperados. Em 2011, o número chegou a 29,2%.

Os maus resultados não são exclusividade do ensino médio. No 9º ano do ciclo fundamental, apenas 16,9% dos alunos demonstraram dominar os conhecimentos de matemática. Apesar de ainda distantes do ideal, houve progresso em relação a 2009, quando esse índice era de 14,8%. Já em língua portuguesa, 27% dos alunos alcançaram desempenho adequado, representando um ligeiro aumento em relação à medição anterior, 26,3%.

É nos anos iniciais do ensino fundamental que o desempenho do Brasil apresenta sinais menos preocupantes, com evolução significativa. Em matemática, 36,3% dos alunos do 5º ano registraram aprendizado adequado em 2011, ante 32,6% em 2009. Já em língua portuguesa, o índice foi de 40%, frente a 32,6% do indicador anterior.

O relatório do Todos Pela Educação evidencia a fragilidade da rede pública de ensino. Quando analisadas separadamente, as escolas mantidas por governos das três esferas apresentam índices em média 5 pontos porcentuais abaixo da média nacional, que considera as redes pública e a privada. Nas escolas públicas do Alagoas, por exemplo, apenas 1,4% dos estudantes do 3º ano do enisno médio sabem o que deveriam saber em matemática. Isso significa que de cada 100 alunos, 98 não aprendem o esperado.



Brasil tem 3,6 milhões de crianças e jovens fora da escola

Apesar dos esforços de universalização da educação básica nas últimas décadas, o Brasil registrava 3,6 milhões de crianças e jovens fora das salas de aula em 2011. É isso que mostra um relatório divulgado nesta quarta-feira pela ONG Todos Pela Educação, com base nos dados da última edição da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad). Segundo o levantamento, o Brasil já conseguiu incluir 92% da população entre 4 e 17 anos na escola, mas ainda se mantém distante da meta de 98% de inclusão estabelecida pela entidade para 2022, ano do bicentenário da Independência.

É no estado do Piauí que está a maior taxa de atendimento escolar: 94,8%. No extremo oposto estão Amazonas e Amapá, ambos com 88,7%. Já em números absolutos, São Paulo tem o maior contingente de crianças e jovens fora da escola: 575.000.

Os números mostram ainda que o grande desafio do Brasil é colocar a população entre 15 e 17 anos nas salas de aula, faixa etária correspondente ao ensino médio. Em 2011, a taxa de atendimento desse grupo era de 80,6% o que significa que 2 milhões de jovens não estavam matriculados em nenhuma etapa da educação básica.

Outro ponto de destaque do relatório é a defasagem de uma parcela considerável da população em idade escolar: apenas 64,9% dos jovens com 16 anos têm ensino fundamental completo. A pior situação é no estado de Alagoas, onde 38,9% dos jovens nessa idade ainda não concluíram o 9º ano. Por outro lado, em Mato Grosso, esse percentual é 83%, o maior do país.

Em relação ao ensino médio, apenas 51,1% dos jovens com 19 anos concluiu a última etapa da educação básica. A pior situação é do estado de Amazonas, com 33,9%. No extremo oposto, em Santa Catarina, esse percentual é 69,8%.









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