terça-feira, 4 de outubro de 2011

Jean Marc Cotê: a sala de aula do futuro













Jean Marc Cotê foi um ilustrador francês que viveu no século XIX. Ao longo da década de 1890 ele criou diversas imagens que retratam sua visão de futuro. As ilustrações do artista falam a respeito de um tempo distante: os anos 2000.

A série de ilustrações sobre o tema surgiu após uma empresa de brinquedos pedir a ele que desenhasse o mundo em um tempo desconhecido, que eles jamais chegariam a ver, mas que poderiam, ao menos, supor, imaginar, criar.

As previsões de Jean Cotê são extremamente interessantes e podemos dizer que ele não passou tão longe do que vemos hoje em dia. Chama-me a atenção, em especial, a ilustração acima, criada em 1899, tempo de efervescência da Revolução Industrial, que teve início na Inglaterra e em seguida, impacto ao redor do Globo.

A França, terra natal do ilustrador, já se via extremamente modificada devido aos efeitos da Revolução Industrial e as mudanças econômicas e sociais, geradas pelo avanço tecnológico, já mexiam com o imaginário das pessoas; inclusive com o imaginário de Jean Cotê.

Ele criou essa ilustração em 1899 mostrando como seria, sob seu ponto de vista, uma sala de aula nos anos 2000. O avanço tecnológico modificou todos os campos sociais, inclusive o da educação e, para ele, num futuro distante, as mudanças seriam ainda mais gritantes.

Na imagem, estudantes estão conectados a capacetes eletrônicos fixados em suas cabeças. Cada capacete possui um fio transmissor, que se liga a uma máquina central. Nesta máquina, o professor coloca o conteúdo que deverá chegar aos alunos. Para tanto, ele utiliza livros.



O que a ilustração tem de semelhante com o nosso tempo?

A imagem denuncia um olhar visionário incrível! Jean Cotê, em seu “achismo”, já previu que o acesso a informação seria veloz e que não seria necessário carregar um livro nas mãos para poder se informar… Nesse momento vemos surgir uma previsão de futuro correta: a possibilidade de acesso à informação por meio de aparatos tecnológicos.

Além disso, ele também tirou o professor do centro da sala de aula. Os alunos olham para a frente, enquanto o professor, na lateral da sala, transmite o conteúdo. Porém, apesar de não estar mais no centro da sala de aula, a figura do docente permanece central e exclusiva, já que o professor é o único responsável por passar a informação e nesse momento, excluem-se outros possíveis educadores (aos quais podemos chamar “informais”).

A imagem, contudo não traz consigo a ideia de participação colaborativa. Os alunos recebem a informação e ponto. Não há evidências de interatividade por parte dos estudantes. Hoje isso não se faz real, uma vez que a interatividade é um dos fatores-chaves presentes dentro sala de aula (e fora dela).

Mas apesar dos pesares, temos que elogiar Cotê! Ele se arriscou num imenso desafio! Que tal tentarmos fazer o mesmo exercício e imaginarmos como será uma sala de aula daqui a 100 anos?


Alguém se arrisca?




Fonte: Cadernodia

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