Acompanhar as metas programadas para curto, médio e longo prazo ajuda a detectar os problemas de aprendizado e repensar os planos de ação
1. Promover a retomada das metas
Fazer uma revisão do projeto político-pedagógico (PPP) e observar quais são os objetivos que a escola quer atingir é o primeiro passo do replanejamento. Também é interessante reunir todos os indicadores de desempenho escolar, externos e internos, como os números de aprovação, evasão e reprovação e os resultados da Prova Brasil, do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e ainda, se houver, de avaliações estaduais.
Lembrando que o registro desses índices no PPP por meio de planilhas ou gráficos facilita a visualização e o acompanhamento dos mesmos. De toda forma, fazer um comparativo das parciais do ano anterior e do atual, analisando se houve avanços no período, assim como se um mesmo dado aparece de forma diferente em duas avaliações, ajuda a traçar um panorama da situação da escola.
2. Acompanhar a evolução do aprendizado
Acompanhar bimestralmente as propostas previstas para cada segmento de ensino pode ser tornar uma tarefa difícil se não houver metas estabelecidas para serem atingidas a curto, médio e longo prazos. Com períodos definidos, fica mais fácil verificar quais ações serão implementadas. Com base nisso, fica mais fácil definir que áreas do conhecimento precisarão de mais atenção de forma a assegurar as condições de ensino e a aprendizagem dos alunos.
Na EE Bueno Brandão, em Belo Horizonte, por exemplo, a análise frequente dos resultados das avaliações internas e externas ajuda a acompanhar melhor o desenvolvimento da turma.
Para garantir que os alunos do 1º ano do Ensino Fundamental sejam alfabetizados, a meta prevê que, primeiro, eles devem chegar à hipótese de escrita silábica para, na sequência, serem capazes de compreender o sistema de escrita. "Assim, o progresso se torna mais mensurável", explica Marilda Govira, diretora da escola. Vale o mesmo método para os demais conteúdos, de todas as disciplinas, e para todos os anos.
3. Levantar as condições de ensino
É interessante fazer uma sondagem da situação dos diversos espaços da escola, como a sala de aula, o pátio, a quadra esportiva e mesmo os banheiros, atentando para a necessidade de reformas ou manutenção dos equipamentos disponíveis - o funcionamento das torneiras, o estado dos móveis da sala de aula e até mesmo as condições do piso.
Além da questão da segurança, ter esses ambientes limpos, organizados e em bom estado é uma forma de favorecer o aprendizado. A baixa frequência de visitas à biblioteca, por exemplo, pode estar relacionada à dificuldade de leitura apontada em um diagnóstico ou até à má disposição dos livros nesse ambiente.
Catalogar todo o material didático e de apoio permite, ainda, avaliar melhor o uso dos recursos existentes. Se a escola possui vários livros que não são utilizados, vale investigar o motivo disso - se o educador não está familiarizado o suficiente com eles, se ele não teve tempo de incluí-los nos planos de aula ou ainda se os conteúdos não são condizentes com as propostas de trabalho da escola.
4. Separar o que compete ao conselho
Traçado um panorama geral do aprendizado e da estrutura escolar, é fundamental identificar quais dificuldades são comuns à maior parte da turma e quais são restritas a alguns alunos. Problemas individuais devem ser levados ao conselho de classe.
Nesse fórum, a equipe pode debatê-los e analisar as possíveis variáveis que estão prejudicando o bom desempenho: se são assuntos relacionados às questões didáticas - e, portanto, devem ser discutidos nos encontros de formação docente -, se são aspectos como o comportamento e a situação familiar do estudante ou ainda tudo isso junto. Em seguida, é preciso planejar ações para resolver essas questões e não dar o caso como perdido. "Fazemos um exercício de reflexão para identificar a origem do problema, visto que a culpa pelos maus resultados não pode recair sobre o aluno", explica Fátima Scherer, formadora de gestores e diretora da EMEF Basílio Miguel dos Santos, em Marabá, a 504 quilômetros de Belém.
5. Definir um plano de ação
Para combater as deficiências que foram detectadas na revisão do planejamento, vale enumerar os pontos que merecem mais atenção. Só assim será possível evitar o gasto de tempo e energia em atividades de pouca relevância e deixar claras as atividades que terão de ser executadas para melhorar o processo de ensino e aprendizagem.
Se o diagnóstico de ciências, por exemplo, foi o que mais destoou dos objetivos estabelecidos e as avaliações apontaram notas preocupantes de muitos alunos, o coordenador pedagógico deve reforçar a formação dos docentes nessa disciplina.
A equipe pode se reunir para repensar formas de trabalhar os recursos disponíveis na escola. Baseado nisso, um projeto de aulas de reforço no contraturno pode ser uma boa forma de trabalhar esse problema.
Outra alternativa é pensar na criação de um grupo de apoio para auxiliar os alunos com dificuldades.
Definidos o horário, o espaço e os materiais necessários para o encontro dessa turma, os professores, juntamente com os estudantes, podem estabelecer um acordo de estudo e de sucesso e o prazo para alcançá-lo. Seja qual for o plano de ação, o gestor precisa estar atento a sua execução e seu cumprimento, que tem como único objetivo ensinar.
Fonte: Revista Escola
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