sexta-feira, 12 de abril de 2013

MEC DESENVOLVE PLATAFORMA NACIONAL DIGITAL DA EDUCAÇÃO




Objetivo é oferecer ferramentas diversas de aprendizagem (vídeos, textos e jogos) e conteúdo estruturado, além de níveis variados




O Ministério da Educação (MEC) está elaborando, em conjunto com secretarias, organizações sem fins lucrativos e empresas, uma plataforma nacional digital para a Educação básica. A ideia é que ela ofereça aulas digitais estruturadas, com objetos de aprendizagem variados (vídeos, textos e jogos), e um conteúdo esquematizado - mas de modo com que cada rede ou Escola organize seu currículo. A plataforma começou a ser pensada em fevereiro e deve ser lançada no início do ano que vem.

A ideia é que as aulas digitais tenham níveis de complexidade, para que Alunos em diferentes fase de evolução possam escolher o que fazer - objetivo é que haja opções do tipo de aula. O portal deve contar ainda com um sistema de avaliação que, além de monitorar o que o Aluno aprendeu, já o direcione para um exercício ou conteúdo específico.

O plano inicial era começar a construção do projeto com uma plataforma voltada para os anos finais do Ensino fundamental (do 6.° ao 9.0 ano). Mas, segundo o Estado apurou, por conta da preocupação do governo federal com o Ensino médio, essa etapa não será deixada de lado já no início. Se for para aplicar recursos federais na produção de conteúdos digitais, esse investimento será feito I para suprir o Ensino médio.

Desde o ano passado, a pasta está mobilizada com secretarias estaduais para fortalecer uma nova identidade para essa etapa. E, nesse plano, a tecnologia teria papel fundamental.

O conteúdo dessa nova plataforma estaria organizado de acordo, com as expectativas de aprendizagem baseadas nos descritores da Prova Brasil. Além de prever a produção de conteúdo especialmente para formar o portal, o projeto também deve reunir iniciativas bem-sucedidas realizadas pelo País.

A ideia de um modelo nacional surgiu de uma dessas iniciativas, a da cidade do Rio de Janeiro. As Escolas cariocas contam desde 2011 com a Educopédia, plataforma de conteúdo digital. Gomo todo o material é aberto, cerca de 200 municípios utilizam formal ou informalmente. "Em uma visita de integrantes do MEC ao Rio, começamos a pensar o que seria uma plataforma nacional, que pudesse ser customizada para cada Estado", explica a secretária municipal de Educação do Rio, Claudia Gostin.

Segundo ela, cada rede poderá colocar seu próprio sequenciamento de aulas e currículo e também customizar conteúdos. "Apesar de ser mobilizada pelo MEC, com participação nossa e de outras secretarias, ainda haveria a possibilidade de as redes recriarem para diferentes contextos, sem que nada seja idêntico."

A secretária lembra que durante muito tempo houve um debate sobre se colocar computadores na Escola era desperdício, "e, de fato, só essa presença não mexeu com o processo de aprendizagem". "Mas hoje o computador entrou como ferramenta de apoio ao Professor e de aprendizagem do Aluno. A utilização adequada de portais de aprendizagem permite uma Educação personalizada, sem perder a escala", diz ela, citando o que tem sido feito com o novo modelo de Escola criado na cidade, o Gente, como mostrou reportagem publicada anteontem no Estado.

Colaboração. Além de aulas prontas (divididas em três níveis de complexidade), a plataforma deve ser equipada com ferramentas de customização e criação de novas atividades, áreas de compartilhamento e orientações para os Professores.

Um grupo de instituições e empresas já está participando das conversas. "Há uma série de inovações que a iniciativa privada pode trazer, além de reunir esforços para um projeto único", diz Anna Penido, diretora do Instituto Inspirare e portal Porvir. Anna tem colaborado na sistematização de uma proposta e também no mapeamento de ações realizadas pelo País e que podem ser aproveitadas.

382.317 tablets já foram distribuídos pelo MEC para Professores de Ensino médio da rede pública. A pasta investiu R$ 117 milhões nos equipamentos. A meta é chegar a 600 mil tablets neste ano.
Três perguntas para...
Aloizio Mercadante, ministro da Educação

1 - Como o governo vê as tendências na Educação, como os Ensinos personalizado e adaptativo?
As novas tecnologias não substituem a relação Professor-Aluno, mas podem potencializar a aprendizagem. O MEC tem programas de inclusão voltados ao uso pedagógico das TICs (tecnologias de informação e comunicação). Uma das iniciativas é nossa rede de laboratórios de TI em cerca de 180 mil Escolas. Precisamos de mais investimento e oferta de banda larga em todo o País.

2 -Nas Escolas de Ensino básico, quais são as prioridades?
Um projeto muito importante é a distribuição de tablets para Professores do Ensino médio - estamos começando pelo Professor para que ele não seja atropelado pelo Aluno. O tablet deve ser usado para pesquisa e preparação de aulas. Junto com ele vai um projetor Wi-Fi que permite criar ambiente de internet na sala. Os Professores estão sendo formados em quatro níveis para usar plenamente os equipamentos.

3 - Como está a introdução de TICs no Ensino médio?
A prioridade são os Professores. Estamos concluindo o trabalho com Consed (que reúne os secretários estaduais de Educação) para o redesenho curricular e trabalhos de formação. Mas já temos o Portal do Professor, com mais de 12 mil aulas, o portal de domínio público para acessar bibliografia de apoio e a Khan Academy, para física, matemática, biologia e química, traduzidos pela Fundação Lemann. / Carlo Lordelo.





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