Fenômeno do Facebook, catarinense Isadora Faber escreve artigo especial para 'O Globo'
Fonte: O Globo (RJ)
Quando comecei o “Diário de Classe”, inspirada na escocesa Marta Pail, nunca imaginei a repercussão que daria. Conheci a força das redes sociais, e a direção da escola e a prefeitura também. Em poucas semanas, a escola foi reformada. Logo me dei conta de que poderia ser assim em todas as escolas e que tudo começa com uma boa direção. Transparência é fundamental. Saber como os recursos são aplicados é direito de todos. A escola é pública, mas não é de graça. Pagamos impostos, então, temos o direito de saber como os recursos são aplicados.
Mas a infraestrutura das escolas é apenas parte do problema. Outro dia, achei uns livros e cadernos do meu pai dos tempos em que ele estava na escola, nos anos 70-80. Como não sabia exatamente como era a educação antigamente, resolvi dar uma olhadinha. Os trabalhos eram escritos à máquina, e trabalhos e provas em mimeógrafo. Na época, não existia celular, computador nem internet. Quando olhei o conteúdo dos cadernos, fiquei surpresa. Parecia um caderno meu ou de qualquer colega. Eu pensei: passaram-se 40 anos, inventaram o computador, a internet, e a escola continua a mesma? Será que no resto do mundo a educação é assim também? Com uma rápida pesquisa pela internet é possível ver que não. Escolas asiáticas estão muito à nossa frente. Escolas europeias e da América do Norte também. Professores despreparados e desmotivados fazem parte do problema. Chegou a hora de a educação brasileira ser levada a sério. Todos temos direito a uma educação de qualidade.
Toda escola deveria ter dois “Diários de Classe”: um dos alunos e outro da direção e dos professores. Todos devemos cuidar da escola, alunos, professores, pais de alunos. Hoje, com as redes sociais, podemos mostrar como estão os colégios no Brasil, cobrar dos responsáveis atitudes, vergonha na cara. Não há motivos para poupar quem não faz nada. Todos são profissionais e ganham por isso, logo, têm que trabalhar e fazer o melhor. Pessoas que não trabalham ou não mostram competência têm que ser afastadas. As redes sociais já mostraram sua força em outros países e até derrubaram governos. Por que não podemos fazer o mesmo em relação à educação?
Fonte: Todos pela Educação
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