O principal desestímulo para alguém ser professor de escola pública - pior do que os baixos salários - é a violência.
Esse fato é reforçado por uma pesquisa divulgada nesta semana pelo Data Popular e patrocinada pela Apeoesp que mostra que quase metade dos professores da rede estadual paulista de ensino sofreu algum tipo de violência ( física ou verbal). E quase a maioria testemunhou algum tipo de violência, atribuída muitas vezes às drogas e ao álcool.
É, sem exagero, um inferno. Nunca seremos uma comunidade civilizada com escolas públicas incivilizadas.
Nem aluno nem professores sentem-se acolhidos num espaço em que a violência é reflexo da falta de pertencimento.
A solução passa -como já vimos em outros países- pelo aprendizado da intermediação de conflitos e envolvimento da comunidade, a começar da comunidade. Isso significa derrubar os muros das escolas.
Por isso, vale a pena prestar atenção no projeto lançado em algumas escolas públicas paulistas que coloca professores comunitários para fazer a intermediação entre comunidade e escola.
A verdade é que o professor sente-se vítima da violência. Assim como o aluno.
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.
Fonte: Folha UOL
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