"A presidente acerta ao definir a Educação como ferramenta prioritária para o desenvolvimento do País", afirma Artur Bruno
Fonte: O Povo (CE)
Um bom Professor a gente nunca esquece. É nele que está a chave para melhorarmos efetivamente a Educação do nosso País. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff foi enfática ao reafirmar que os recursos dos royalties e participações especiais do petróleo, além dos rendimentos do Fundo Social do Pré-sal, são essenciais para promover uma revolução nesse setor.
Na década de 1960, a renda per capita da Coreia do Sul era metade da do Brasil. Hoje ela é o dobro por conta de investimentos na área educacional. Apesar de sermos a sexta economia mundial entre 195 países, amargamos a 88ª posição em qualidade de Educação, de acordo com a Unesco. Segundo o Movimento Todos Pela Educação, os Alunos terminam o Ensino médio sabendo apenas 10% do que deveriam ter aprendido em Matemática e somente 29% em Português.
O Professor é um elemento central nessa revolução educacional. No entanto, há necessidades a serem superadas: esses profissionais precisam de melhoria salarial, atrativos planos de cargos e carreiras e formação continuada para que o Ensino tenha, de fato, qualidade.
Não podemos negar que houve avanços nos últimos dez anos. Antes da Lei do Piso, havia municípios que não chegavam a pagar nem um salário mínimo aos seus Docentes. Agora nenhum deles deve ganhar menos do que
R$ 1.567. Entretanto, há um longo caminho a ser percorrido. Nos Estados Unidos, por exemplo, um Professor do Ensino básico público ganha um salário equivalente a R$ 10 mil. Na Coreia, R$ 8 mil. Aqui, esses profissionais ganham em média R$ 2 mil.
Entretanto, não adianta apenas melhorar os salários. A ascensão por mérito tem de ser uma regra a ser seguida. As boas práticas em sala de aula precisam ser premiadas. O poder público tem de oferecer formação continuada para que os Professores formem Alunos com visão de mundo e bom conhecimento tecnológico. Outro fator importante é a qualificação de diretores – que devem ser escolhidos por critérios técnicos, e não políticos - para atrair a comunidade ao ambiente Escolar.
A presidente Dilma acerta ao definir a Educação como ferramenta prioritária para o desenvolvimento do nosso País. Hoje investimos 6,1% do PIB na Educação pública, o equivalente a R$ 240 bilhões – somando recursos da União, estados e municípios. Se a regra do Plano Nacional de Educação estivesse vigorando – investir 10% do PIB –, esse montante atualmente teria de ser de R$ 400 bilhões. Nesta longa caminhada, a solução é transformar inesquecível cada Professor.
Artur Bruno
Primeiro vice-presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e Professor há 35 anos
Fonte: Todos pela Educação
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