Foco principal será atrair alunos do Ensino Médio para atuar como professores de matemática, física, química e biologia. Participantes receberão bolsa auxílio
Fonte: Veja.com
O Ministério da Educação (MEC) planeja lançar nos próximos meses um programa para incentivar adolescentes que estão no ensino médio a seguir a carreira de professor. Para isso, pretende criar grupos de trabalho para aproximar alunos da última etapa da educação básica a professores universitários e estudantes de cursos de licenciatura. A ideia é que estudantes do ensino médio tenham contato antecipado a conteúdos relacionados ao magistério. Pelo menos uma vez na semana, os integrantes do programa deverão assistir a aulas e participar de grupos de pesquisas nas insituições de ensino superior. Será possível escolher entre a iniciação na área de física, química, biologia ou matemática – que são hoje as que enfrentam o maior déficit de profissionais.
De acordo com o coordenador do programa, Mozart Neves Ramos, ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o grupo de trabalho misto promoverá atividades com intuito tanto de auxiliar os professores de educação básica a melhorarem suas aulas, como despertar o interesse dos alunos em ingressar no magistério. Seriam pelo menos quatro horas semanais de trabalho conjunto.
"O jovem não quer mais ser professor e, para reverter este cenário, além de questões salariais e de plano de carreira, precisamos tratar da formação inicial. Um dos passos é aproximar a universidade da educação básica pública", afirma Ramos ao site de VEJA.
A meta do programa é atender cerca de 100.000 alunos do ensino médio. Eles ganhariam uma bolsa auxílio, em um valor ainda a ser definido. Seriam recrutados ainda outros 10.000 estudantes de cursos de licenciatura, que receberiam bolsas de 400 reais mensais.
O incentivo à docência é a frente principal do programa, mas outros dois eixos também estão em estudo, segundo Ramos. Um deles é para possibilitar que professores do ensino médio auxiliem docentes de instituições de ensino superior na elaboração de cursos de pós-graduação voltados a profissionais do magistério. "Às vezes, um professor universitário forma profissionais para a escola pública, mas ele mesmo nunca passou pela rede pública", afirma.
Enquanto isso, considera Ramos, há professores atuando em escolas públicas com grande conhecimento acadêmico e capacidade de contribuir na formação dos colegas. "Quando fui secretário de Educação em Pernambuco (2003 a 2006) lembro que havia na rede pública 73 professores doutores e 256, mestres", afirma.
A terceira e última frente do programa será focada em reduzir a taxa evasão dos cursos de licenciatura nas áreas de ciências biológicas e exatas.
Conforme Ramos, nos próximos 30 dias a proposta do programa será discutida com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a Academia Brasileira de Ciências, além de entidades científicas vinculadas às áreas de física, química, matemática e biologia. A expectativa é que o edital seja lançado em junho e enviado para apreciação das secretarias de educação, que têm participação facultativa. "A falta de atratividade da carreira docente não vai ser resolvida de forma isolada. É necessário um regime de colaboração entre o MEC, as secretarias de educação dos estados e as universidades", afirma.
Fonte: Todos pela Educação
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