As escolas da rede estadual estão celebrando o Dia da África, nesta quarta-feira (25/05), com palestras, apresentações, discussões sobre o tema e outras atividades. Na Escola Parque, cerca de 350 educadores de oito escolas participaram do Seminário África: Línguas, Literatura e Religiosidade, com o objetivo de refletir sobre história, religiosidade, cultura e línguas africanas.
O evento, que está na quarta edição, contou com as palestras do especialista em História Social e Cultura Afro-Brasileira, Tyrone Santiago, do professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Josemar Araújo, e da professora e doutora em Línguas Africanas pela Universidade Nacional do Zaire, Yeda Pessoa de Castro.
A diretora de Educação e suas Modalidades da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, Rosângela Araújo, enfatiza que estas ações fazem parte de um contexto que busca garantir as orientações estaduais para a implementação das Diretrizes Nacionais da Educação das Relações Étnico-Raciais. “Embora sejamos um país com 52% da população de afrodescendentes, parece que não temos a África em nossa formação escolar. Estamos tentando recuperar, dentro de uma construção de escola cidadã, estes aportes referenciais de nossa ascendência”.
A coordenadora de Articulação de Área da Escola Parque, Marilene Borges, explica que os conteúdos referentes à história e cultura africanas são trabalhados durante todo o ano. “Nosso principal desafio é despertar uma consciência no professor, mostrando a importância deste trabalho e valorizando a cultura negra, para que o estudante se sinta parte integrante da história e que tenha sua autoestima elevada”, ressalta.
Além de representantes das escolas Álvaro Silva, Anísio Teixeira, Professora Candolina, Celina Pinho e Classes I, II, III e IV do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, também foram convidados estudantes universitários de duas faculdades particulares de Salvador.
A vice-diretora da Classe IV, Joilda Araújo, ressalta que a escola implantou, no ano passado, a disciplina Cultura Afro-Brasileira Ameríndia. “Através da disciplina, nós conseguimos que o estudante não se deixe discriminar e valorize seu penteado, sua roupa e o dialeto de sua comunidade. A partir daí, ele passa a se impor no mercado de trabalho e nos locais que frequenta”, complementa.
EDUCAÇÃO QUILOMBOLA
A Secretaria da Educação do Estado da Bahia realizou, também, o encontro de coordenadores do Fórum Estadual de Educação Quilombola, no Instituto Anísio Teixeira, com a participação de 30 professores e lideranças regionais. O evento dá prosseguimento aos encontros realizados nos municípios de Seabra, Bom Jesus da Lapa, Senhor do Bonfim e Maragogipe, que promoveram discussões sobre a educação quilombola de forma diferenciada.
Para João Santos, secretário-geral do Conselho Estadual de Associações e Comunidades Quilombolas (Ceaq), é necessário reconstruir a história a partir do questionamento sobre o que é ser quilombola. “Nós buscamos uma educação inclusiva, em que as crianças e os adolescentes tenham outra visão sobre si mesmo e saibam o que é a diáspora no Brasil e a relação do negro dentro da sociedade”, afirma.
HISTÓRIA
O dia 25 de maio foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Dia da Libertação da África em 1972, em virtude da reunião realizada por 32 Chefes de Estado africanos, ocorrida em 1963, com ideias contrárias à subordinação do continente durante séculos.
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