segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Independência ou mudança na conjuntura?




Fala, galera esperta!

O que se comemora neste mês como um dos eventos mais importantes do país?

Temos certeza que todos(as) sabem a resposta, não é verdade? Então, convidamos vocês a fazermos algumas reflexões acerca desse dia.

A Independência do Brasil deve ser vista não apenas como mais uma data comemorativa que se encerra no dia 07 de Setembro, como ficou ilustrada na pintura do quadro que realça o protagonismo do imperador, e sim, como momento amplo, complexo, que fomente reflexões críticas sobre o contexto histórico vivenciado pela sociedade do século XIX.

Após a vinda da família real em 1808, a colônia passou a ser sede do império português e os lusitanos não se agradaram com a política implantada por Dom JoãoVI dentro da colônia, dada a importância que esta passou a ter para a Coroa. Quase uma década depois, o Brasil foi anexado tornando-se Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

O processo de emancipação foi sobretudo o conflito de interesses entre a burguesia mercantilista da metrópole que exigia a recolonização do Brasil como medida para fortalecer a economia portuguesa e grandes proprietários de terra da colônia. Vale a pena lembrar que algumas províncias do nordeste agiam de forma isolada, Bahia e Pernambuco por exemplo. Estas tiveram diversas e importantes tentativas de projetos federativos que merecem ser contados pela História oficial, que costuma abordar esse evento de forma totalizante, quando na realidade não aconteceu da mesma maneira para todas as localidades do território nacional.

Compreende-se, assim, os acontecimentos como um momento de transformações na composição social da então incipiente sociedade brasileira que, no entanto não trouxe alterações significativas para as camadas populares, ainda mantidas sob as amarras da escravidão. Dessa maneira, o que se viu foi mais uma mudança do regime colonial para o monárquico.

Com a expansão do capitalismo, houve uma crise no sistema colonial mercantil, que já não podia mais dar conta daquele modelo econômico. Em 1820 um grande movimento conhecido como Revolução do Porto, que começou nessa cidade, logo tomou conta de todo país, reivindicando a volta do Pacto Colonial e a centralização do império novamente em Portugal. Porém não houve entendimento entre políticos representantes dos interesses econômicos da colônia e aqueles que defendiam os da metrópole. Para estes projetos era fundamental o retorno de Dom Pedro I à Portugal, uma vez que a presença deste na colônia dificultaria o fortalecimento do Estado português através da implantação de novas políticas de monopólio. Foi nessa ocasião, 1822, que teria acontecido o célebre Dia do Fico, quando o príncipe de Bragança se negou a retornar para a metrópole, decisão que tornou as relações ainda mais tensas e acirradas. Diante da situação, boa parte da elite detentora do poder econômico e social uniu-se para proteger seus interesses e privilégios conquistados desde a instalação da corte em terras brasileiras. Assim, o conflito foi deflagrado.

É importante atentar para a questão de não existir até aquele instante uma proposta efetiva de nação. Em algumas regiões inclusive defendia-se a ideia de Estados regionais.

Por todas estas razões salientamos que a Independência foi a implantação de conflitos e acordos políticos, um projeto imperial de centralização de poder, o qual teve por resultado um profundo endividamento e consequentemente a dependência econômica com a Inglaterra, maior potência financeira daquela época.

Em suma, pode-se dizer que a Independência do Brasil em relação a Portugal não rendeu nenhuma mudança nas estruturas política, econômica e social. A elite representada por grandes proprietários de terra continuou controlando as demandas internas, externamente o país permaneceu sob o jugo da Inglaterra.

Sendo assim, resta-nos as indagações:

Há de fato motivos para celebrarmos a Independência?

O que vocês entendem por um país independente?


Falou, galera!

Vamos conhecer melhor a nossa História.





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