terça-feira, 30 de outubro de 2012

JOVEM ESTUDIOSO E CAMPEÃO DE OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA FOI ASSASSINADO POR COLEGA




Inteligência fez filho de agricultores se destacar na escola e no Ensino Superior


Natural do Ceará, José Leandro Pinheiro nasceu na cidade de Deputado Irapuan Pinheiro, no sertão do estado, a cerca de 250 km de Fortaleza. Filho de agricultores humildes, ele tem cinco irmãos. Ficou na cidade até os 14 anos e, por ser muito inteligente, ganhou uma bolsa de estudos para fazer o Ensino médio numa Escola agrícola em Iguatu, a 50 km de Irapuan. Concluiu o curso aos 17 anos e, aprovado para estudar matemática na Universidade Federal do Ceará, mudou-se para a capital cearense, onde se formou aos 20 anos. Após um curso de 45 dias, foi selecionado para fazer o mestrado em matemática no Impa.

José Leandro, de acordo com o amigo Thiago Dourado, ganhou várias medalhas em olimpíadas de matemática:

- Ele sempre foi pobre, e a inteligência foi a oportunidade que a vida deu a ele. Por isso conseguiu chegar ao Impa.

Em Deputado Irapuan Pinheiro, Elessandra Pinheiro Holanda, tia de José Leandro, disse que o sobrinho sempre foi um rapaz discreto, obediente e dedicado aos estudos.

- Quando a gente perguntava como era a vida dele no Rio, ele falava dos estudos. Nunca houve nada que chamasse a nossa atenção. Ele dizia que convivia bem com os amigos do Rio. Gostava muito da cidade e do instituto (Impa) - lembrou a tia.

- O meu sobrinho era muito compenetrado nos seus objetivos. E estudou sempre em Escola pública.

O último contato de José Leandro com a família ocorreu na última terça-feira. O estudante ligou para o pai, o agricultor Nestor Holanda Pinheiro, para dar notícias e dizer que já comprara a passagem para passar as festas de fim de ano junto com os parentes.

- Ele disse que estava bem e muito animado - contou Elessandra. - Ele nunca deu qualquer sinal de que havia algo errado. E nunca comentou nada sobre esse rapaz (o acusado do crime).



Crime deixa cidade chocada

A família soube da morte de José Leandro ontem de manhã, por meio de um telefonema do Impa à prefeitura de Deputado Irapuan Pinheiro. Segundo Antônio Ícaro Pinheiro Vieira, funcionário que atendeu a ligação, a população local está chocada.


Nestor e Elessandra embarcariam num voo de Fortaleza para o Rio de Janeiro ontem, às 23 h 30 m.








E mais...


Estudante confessa assassinato de colega e diz que sofria de bullying

Bruno Eusébio disse à polícia estar sob efeito de tranquilizantes e álcool 

O delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, disse na noite desta sexta-feira (26) que, após 15 horas de depoimento, o estudante Bruno Eusébio dos Santos, de 26 anos, confessou a morte de José Leandro Pinheiro, de 21, com quem dividia quarto em uma república no Horto, Zona Sul do Rio. Segundo a polícia, o jovem disse que o crime foi motivado por bullying.

O delegado, no entanto, ressalta que o estudante não explicou que tipo de ataque ele sofria. Bruno confessou o crime na presença dos pais, que chegaram nesta sexta ao Rio de Sergipe, onde vivem. Ainda de acordo com a polícia, o estudante contou que estava sob efeito de tranquilizantes, além de ter ingerido refrigerante com vodca. Bruno disse ainda que não se lembra de muitos detalhes do momento do crime.

“Ouvimos os 13 moradores da república e nenhum deles apontou que o jovem sofria bullying, mas todos disseram que ele era muito introspectivo, calado e estudava sempre com fone de ouvido”, disse Rivaldo. Bruno deve ser encaminhado para o presídio de Bangu 2, onde passará por uma triagem que vai definir em qual penitenciária ele vai cumprir plena.

Bruno foi preso em flagrante pelo crime de homicídio qualificado, já que a vítima não teve chande de deefa por estar domi. O crime varia de 20 a 30 anos de prisão. Os dois estudavam no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa)

Na manhã de quinta-feira (25), Bruno foi encontrado desacordado na cozinha da república, com marcas de sangue. No local do crime, peritos encontraram dois frascos de antidepressivo. Bruno foi levado para o Hospital Miguel Couto, na Zona Sul, de onde saiu, já algemado, para a DH, à 1h desta sexta. Ao chegar, se manteve calado e fora de seu estado normal, segundo a polícia.

Na quinta-feira, o delegado Rivaldo Barbosa, responsável pela investigação do caso, pediu a prisão em flagrante de Bruno após ouvir dez testemunhas — sete colegas da vítima, além da zeladora e caseiro da república e um funcionário do Impa. Outro fator determinante para a decisão foi a perícia preliminar dos instrumentos utilizados na morte, uma pedra e uma faca.





Fonte: G1




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